Sunday, November 23, 2008


ARQUEOLAFÕES V



Voltando à arqueologia da região de Lafões e mais uma vez com a ajuda Aristides de Amorim Girão, faço agora uma breve referência à pedra das Ferraduras Pintadas a cerca de um Km da povoação de Benfeitas, freguesia de Destriz, concelho de Oliveira de Frades. Sobre ela escreve Amorim Girão: "Trata-se dum conjunto de sinais gravados numa laje granítica em ligação evidente com a rocha viva, e que forma uma superfície quási plana e suavemente inclinada, medindo 6,50 m de comprimento por 3,50 m de largura. Estes sinais, representados no esboço ao lado, apresentam-se repartidos em secções segundo as linhas de fractura da rocha e ainda por sulcos que parecem artificialmente feitos. É certo que o conjunto se encontra em grande parte já apagado pelo desgaste natural da rocha; aproveitando, entretanto, a ocasião em que o sol está mais baixo sobre o horizonte, nitidamente se podem distinguir estes sinais, e até mesmo aqueles que, por estarem mais desgastados, dificilmente se distinguiriam em outras condições. A gente da localidade diz que estão ali gravados (pintadas é o termo, embora não haja indicio visivel de cores em tal monumento) os pés de todos os animais que havia em outro tempo, sendo também da tradição que era naquele rochedo que as Mouras traziam o ouro ao sol."


Qual será realmente o seu significado?




"As coisas que os homens conhecem, de nenhuma maneira podem ser comparadas, numericamente, com as coisas que se desconhecem"


Chuang Tzu

Wednesday, November 12, 2008


CASTROS III- Cabeço do Couço



Povoado localizado num cabeço bastante íngreme, sobranceiro ao rio Alcofra que corre a sul. A sua origem remonta ao Bronze Final, perdurando a sua ocupação durante a idade do ferro. As escavações arqueológicas realizadas no seu interior, numa pequena plataforma localizada no lado norte, puseram a descoberto os alicerces de três casas de planta circular em pedra, e a face interna da muralha que circundava o cabeço. Do seu espólio constam entre outras cerâmicas de uso doméstico, cossoiros, mós, contas de colar e fragmentos de objectos metálicos de bronze e ferro. Os trabalhos de prospeção e escavação decorreram en 1997 e 1998 e Paisicaico esteve lá, conforme a foto ao lado documenta. A abertura do estradão que sobe o cabeço, atravessou a muralha defensiva e pôs a descoberto algum espólio que na altura era facilmente identificável e recolectável por quem ali passasse. Vale a pena a visita ao pouco ou muito pouco que ainda está explorado e a subida até ao cimo do cabeço, onde existem umas extensas lajes de pedra que segundo alguns testemunhos locais teriam a ver com os mouros, o que quer dizer que são antigos e que poderão estar relacionados com um lugar de culto dos habitantes do castro, conforme nós pessoalmente testemunhámos. A encosta sobre o vale do Alcofra é quase inexpugnável e só isso vale a visita. Apropósito fica na freguesia de Campia, concelho de Vouzela.


"A História é um conjunto de mentiras sobre as quais se chegou a um acordo"
Napoleão Bonaparte


Monday, November 03, 2008



ROMÃ





Algumas curiosidades curiosas sobre a romã: é o fruto da romãzeira (Punica granatum) e a sua principal característica distintiva é que o seu interior é subdividido por finas películas, que formam pequenas sementes possuidoras de uma polpa comestível, sendo provavelmente originária do próximo oriente e daí a importância que teve ao longo dos milénios para várias civilizações e religiões. A romã é referida nos textos bíblicos onde é associada às paixões e à fecundidade. Os gregos consideravam-na como símbolo do amor e da fecundidade tendo a romãzeira sido consagrada à deusa Afrodite, pois os gregos acreditavam nos seus poderes afrodisíacos. Para os judeus, a romã é um símbolo religioso com profundo significado no ritual do ano novo quando sempre acreditam que o ano que chega sempre será melhor do que aquele que vai embora. Ela estava também presente nos jardins do Rei Salomão e os romanos utilizavam-na nas suas cerimónias e nos seus cultos como símbolo de ordem, riqueza e fecundidade. Actualmente descobrem-se novas propriedades terapêuticas da romã que foram investigadas no Centro Oncológico da Universidade da Califórnia, sendo as suas principais acções anticancerígena e antioxidante. A romã diminui a multiplicação de células do cancro da próstata e conduz à sua morte. A descoberta foi recentemente publicada na revista científica “Clinical Cancer Research”, e indica que o sumo deste fruto pode ter efeitos terapêuticos memo após uma intervenção cirúrgica. Têm sido também referidas as suas acções no combate ao colesterol e ao envelhecimento e até mesmo prevenir a doença de Alzheimer. Mas o efeito afrodisíaco continua a ser um dos mais procurados na româ e actualmente está comprovado o seu mecanismo de acção ao aumentar a produção de óxido nítrico, contribuindo assim para a vasodilatação do pênis.
O sumo de romã tem demonstrado melhorar a disfunção eréctil em homens e nas mulheres, parece aumentar o desejo sexual. Facto curioso é que ainda hoje, em Israel podemos encontrar o vinho feito de romãs que constitui uma bebida revigorante também neste caso considerado como afrodisíaco por aqueles que o bebem.

"Sexo é a coisa mais divertida que eu já fiz sem que risse"
Woody Allen