Sunday, May 04, 2008


MANUAL DE CIVILIDADE E ETIQUETA


Inicio hoje algumas notas sobre civilidade e etiqueta retiradas do respectivo manual (sétima edição), editado em 1903, ou seja há 105 anos editado por Arnaldo Bordalo, em Lisboa e fazendo parte da colecção "Enciclopédia de Livros Úteis", da qual é o quarto volume.


"Todos os actos da nossa vida publica teem de obedecer a praxes estabelecidas, a um geral convencionalismo, sob pena de sermos considerados descortezes e ignorantes. Saber viver na sociedade quer dizer que nos sabemos comportar com a delicadeza e dentro das formalidades que o respeito pelos outros e por nós próprios nos impõe. A polidez no trato, a cerimonia que nos cumpre observar em grande parte das nossas acções, acorrecção do nosso comportamento, a linha genérica dos nossos habitos, tudo isso que à primeira vista poderá parecer incommodo e inutil é, sem duvida, d'onde deriva o grau maior ou menor da civilização das nações. Se não houvesse um codigo de civilidade e etiqueta, se cada um procedesse sem attenção para com as demais pessoas, a moral social não existiria... Assim a civilidade é a moral. A'parte os caprichos das modas, que são enfim, os toques do gôsto nas exterioridades da nossa vida, os preceitos do saber viver desenvolvem os mais puros sentimentos da nossa alma, tornando-nos aptos para merecer a veneração de todos e permitindo-nos que desempenhemos no mundo o nosso verdadeiro papel."


Cremos haver muita actualidade nestas palavras, na civilidade ou na falta dela e nas confusões da liberdade nos dias de hoje. Quando se fala tanto em liberdade e civismo, convém não esquecermos também a civilidade!

"Ser livre significa em primeiro lugar ser responsável para consigo mesmo"

Mircea Eliade

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